Resultados
O panorama da desigualdade brasileira e os desafios de gênero e de raça na educação e no mercado de trabalho
Foram 544 beneficiárias e beneficiários diretos, sendo 346 meninas e 198 meninos. Desses 544, mais da metade do público alcançado pela chamada é formado por meninas pretas e pardas (56,7%). No geral, 420 participantes estavam cursando o ensino fundamental II, foco inicial dos projetos da Chamada. No entanto, alguns projetos ampliaram seu alcance para estudantes do ensino médio e meninas evadidas do sistema escolar. O alcance da chamada aumenta quando são incluídos os participantes indiretos, abrangendo um público de 818 pessoas, dentre elas estudantes, professoras, pesquisadores e bolsistas. Esta ampliação se dá principalmente através de atividades que foram realizadas virtualmente e abertas à população, possibilitando que mais dois estados fossem atingidos pela chamada Meninas que Vão Além: Mato Grosso e Rio de Janeiro. Dentre os participantes indiretos, 70% são mulheres, 29% homens e 1% preferiu não declarar. Quando o recorte recai sobre raça, dentre todos participantes, 56,6% se identificaram como pretos, 29,7% como pardos e 11,4% como brancos.
Por meio de questionários aplicados a uma amostra de 215 participantes, é possível estimar que 91% das participantes pensam em seu futuro profissional e consideram uma carreira como algo importante e 78% acreditam que a educação é parte fundamental para ter melhores oportunidades profissionais no futuro. O avanço escolar vai muito além do esforço individual de cada estudante, está ligado às questões raciais e socioeconômicas. O questionário revela que as participantes têm ciência das desigualdades que assolam o país: 59% acreditam que as oportunidades no mundo do trabalho não são iguais para pessoas brancas e pessoas negras e 59% também discordam que há igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. No entanto, ainda que com os entraves sociais existentes, 75% das estudantes acreditam que podem seguir em qualquer profissão que desejarem. Este dado reflete maior confiança das jovens em si mesmas, algo que foi estimulado ao longo dos projetos realizados.